Andanças #1

Olar, caro(a) leitor(a).

Sumi? Sumi. Bem horrorosa, bem bagunçada, e quando me peguei no meio de um Congresso de Blogueiras em plena Quermesse da Consolação (na Igreja, pois todas moças da casa do Senhor) acabei ficando com o coração pesado por tratar este espaço com tanto descaso. Ele não merece. A Nicas até comentou – sei que newsletters são legais, mas voltem com os blogs (inclusive visitem o dela)! Acontece que a vida não colabora muito, e às vezes faltam pautas, disposição e sossego. Sabe aquele momento que você para com o notebook no colo para fazer algo SEU? Escrever um texto, pensar em algo para o blog? Não tenho mais. Digamos que não é de todo mal, dado que ando muito ocupada aprendendo a viver, porém sinto falta de ter um registro escrito dessa vivência. E pensando nisso criei o andanças.

Melhor congresso <3
Melhor congresso ❤

Adotei o clássico modelo diarinho que muita gente costuma fazer. É um forma de voltar aqui no mínimo uma vez por mês para contar sobre as minhas andanças de uma forma mais leve, sem aquela obrigação de entregar um post que a meu ver esteja sem pontas soltas. Aqui eu deixo uma risada nervosa, pois até parece que algum dia vou escrever algo e me sentir 100% feliz com o resultado.

Vamos lá!

Tô assistindo: Meu povo, o que acontece comigo? Tantos anos esfregando minha carteirinha de cinéfila da fuça das pessoas e tcharãm, advinha quem não coloca os pés no cinema há um mês? Quem não assistiu nem dez filmes desde o início do ano? Euzinha. Meu plano para o segundo semestre é tentar reverter este quadro, pensei naquele esquema de ver pelo menos um filme por semana. O que vocês sugerem?

Por um acaso do destino fui ao cinema com uma amiga e assistimos Alice através do espelho, de James Bobin. Gosto de uma brisa louca, vocês sabem, mas o filme é afetado de-mais. Socorro. É uma estética que me deixa um tanto agoniada, ainda mais quando te tacam um belo par de óculos 3D nas mãos ao entrar na sala. Para minha surpresa, apesar dos exageros, o filme tem uma mensagem muito bonita. Para ensinar que tempo é um negócio importante e é preciso administrar nossa relação com ele por mais que doa.

Em janeiro adquiri um vício chamado Game of Thrones e, em menos de um mês, assisti às cinco temporadas. Antes que me perguntem como, estava desempregada. Em vias de streaming consegui assistir a sexta temporada e gente, que sofrência. Toda vez que travava eu morria um pouquinho, acho que meu macbook pode ter contraído alguns vírus dessa brincadeira, mas o vício nos faz perder a mão e machucar até mesmo nossos amigos mais próximos (te levo na assistência logo menos, querido notebook).

É cada tiro que a gente leva, meus amigos. Fazia tempo que Game of Thrones não tinha uma temporada tão boa e até deu pra perdoar a catástrofe que foi a quinta. O último episódio vai ao ar no próximo domingo e meu coração já fica pesado de antemão. Vou virar mais uma daquelas chatas que fica sofrendo a espera de um ano até a próxima temporada.

Tô lendo: Compensei a monstruosidade no trato com filmes com livros. Voltar a trabalhar me deu um gás nas leituras. Foi tão intenso que encarei até os dois primeiros de Karl Ove Knausgård, logo eu, que vivia evitando por motivos de mais de 400 páginas. Falei sobre a experiência de ler esse norueguês porreta na Pólen. Tenho planos de textão com resumos das leituras do primeiro semestre, vamos ver se sai. Neste mês terminei Um outro amor, que é o segundo volume da saga Minha Luta, do Knausgård. Spoiler: é maravilhoso e ainda melhor que o primeiro. Recebi O Céu de Lima, de Juan Gómez Bárcena, para resenhar pra Pólen. Nunca tinha lido nada de literatura peruana – contemporânea ainda por cima! – e adorei esse primeiro contato, o livro é envolvente e muito bem conduzido. Li Um copo de cólera, de Raduan Nassar, pois sempre bom ler um livro com até 100 páginas, não é mesmo? E deu aquela saudade de literatura nacional que é moderna-mas-saiu-já-tem-um-tempo. É um soco no estômago e estou com vertigem desde então. Agora peguei a sequência da série Napolitana de Elena Ferrante, História do novo sobrenome. Ainda estou com um pouco de náusea pós-copo de cólera, então tá difícil de pegar no tranco. Porém Ferrante, amigos. Já já ela acha um jeito de me amarrar de vez.

Tô ouvindo: Vocês brincam de descobertas da semana no Spotify? Muitas coisas acontecem nessas playlists. No começo não houve conexão entre nós, mas nos últimos tempos o aplicativo tem dado show. Sempre aparecem bandas que andam meio sumidas dos meus fones de ouvido e novidades bem interessantes. Nessas descobri Boots e acho que já ouvi Mercy  milhões de vezes. Também descobri Liniker (deixa eu bagunçar vocêêê). Pra vocês terem uma ideia de como não existe padrão e ele parece de fato jogar tudo que ando escutando num liquidificador antes de mandar sugestões. Desenterrei Bombay Bicycle Club e Nada Surf (i’ve got blooonde on blonde on my portable stereo). E ainda serviu pra ouvir bandas que todo mundo comentava mas eu morria de preguiça, como Haim e Boogarins. Talvez eu tenha encontrado novos amores.

Tô visitando: Para uma pessoa preguiçosa até que ando bem saidinha. Depois de levar muita chicotada no coração resolvi trabalhar para ser uma pessoa mais presente na vida dos amigos. O mix de caos paulistano com vida adulta dificulta tudo na hora de conciliar agendas, e a adaptação não acontece do dia para a noite, entretanto tive progressos. Essa parte aqui sempre vai ser tomada por restaurantes, cafés e bares, pois sou uma pessoa que ama comer e beber. Tem coisa melhor que estar com gente querida e ainda encher o bucho? Sigo batendo cartão no Por um punhado de dólares, café do amor: pertinho de casa, ao lado da academia. Agora trabalho em Pinheiros e eventualmente me jogo nas comidas maravilhosas espalhadas neste bairro. Também está nos planos revolucionários do blog fazer um Guia dos Gulosos em Pinheiros, assim fica fácil compartilhar as maravilhosidades da região com vocês.

 

Nas últimas duas semanas finalmente conheci o House of food. É um espaço colaborativo – o restaurante aluga e serve suas iguarias em um dia. Semana passada, por exemplo, teve Falafel do Pita e sopas polonesas da Pierogueria. Valores honestos, o que é mais importante. Também fui ao Café, Cachaça & Cia, que na hora do almoço faz qualquer um rolar de felicidade. Tem os pratos feitos tradicionais, com um diferencial – os acompanhamentos são à vontade. Arroz, feijão, batata rústica, farofinha, tudo à vontade e para o deleite de quem come feito uma condenada.

Na parede do House of Food, do lado de fora
Na parede do House of Food, do lado de fora
Com Isa e Simone, muito felizes pós-sopas polonesas <3
Com Isa e Simone, muito felizes pós-sopas polonesas ❤
Chocojack, o chocolate quente batizado com Jack Daniels
Chocojack, o chocolate quente batizado com Jack Daniels

Visitei Picasso: mão erudita, olho selvagem (Meu sonho é ter um Picasso no lavabo), em cartaz no Instituto Tomie Ohtake. Eles pegaram o acervo do Musée Picasso e trouxeram pra cá! Vocês tem noção do quão maravilhoso isso é? Por um valor bem honesto (R$12, e tem meia-entrada) dá para se sentir um pouco mais próxima desse espanhol maravilhoso. Guernica é uma das minhas telas favoritas, então qualquer pouquinho de Picasso faz bem pra alma. Aproveitem porque acaba em 14 de agosto e essa mania de adiar a visita não vai nos levar além.

Loka do dia por motivos de vestido bonitão
Loka do dia por motivos de vestido bonitão
Contemplativa
Contemplativa

Tô sentindo: O coração sossegado. Isso é uma grande vitória para quem está cuidando da ansiedade. É muito difícil e tem dias que chega a doer fisicamente, mas aos poucos encontro formas de me tratar bem e não sofrer com essa ansiedade maligna. Encontrei um pouco de serenidade para continuar minha caminhada e paciência para ficar mais forte. Ou forte o suficiente.

Beijocas e até a próxima 🙂